Criando Canons Masculinos

“O nascido no deserto”. É como a história pode me definir. Provindo de Ra ─ o sol ─ é como pensavam. Puderam dar a mim, a imagem daquele que caminha pela solidão eterna do deserto. O guerreiro que em comunhão às irmãs partia em sua jornada contra o mundo. Há verdades nos dizeres. Há verdades nas inscrições antigas. Os deuses existiam. Nossos filhos. Criados a partir do sangue da família sem identidade. As habilidades que possuíamos nos transformavam em divindades. Capazes de tornar aqueles ao nosso redor em imortais e curar os enfermos. Os poucos que entendiam nossa existência, curvavam-se. Fomos eternizados.

Conhecíamos apenas a glória que nos permitir agir como tais. Nós nos apossamos de famílias. Os seus sobrenomes, suas origens e seus mistérios. No nosso local de origem não fora diferente. Os três nascidos haviam se tornado mais do que uma família. Eram uma legião. A legião de homens e mulheres. De passagem naquela terra apenas como guerreiros sem fim. Repletos de suas criações pelo eterno desejo egoísta de ter uma família. Sabemos que nos reconhecem não somente da mitologia egípcia, mas da mitologia romana e a grega. Cada uma delas tentativas de dar continuidade aos que adquirimos afeição. Em parte, nossos descendentes. Haviam adquirido tamanho poder e forma por causa daquilo que os fora dado. Osíris, amigo do passado, uma vez vinha a ser Netuno. Nossos nomes mudavam, nossas identidades reconstruídas e uma nova civilização a qual podíamos comandar como um jogo.

Décadas, séculos, milênios. Perdemos mais do que poderia se imaginar. Nossa força era tomada pela imagem de apenas um homem. Fomos obrigados a assistir nossa visão divina ser desfeita como um grandioso nada. Błaszczykowski fora nossa única opção. Unidos, permaneceremos.

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